domingo, 4 de março de 2012

Sobre lembranças e desejos ocultos

O cheiro da chuva trazido no vento
Do fim da tarde, quase fria,
Faz o pensamento se perder
Entre as lembranças da noite passada
E a sensação recente,
Do dia presente.
E envolto no calor da memória
Ainda sinto a forte leveza
Do teu corpo sobre o meu,
E o gosto doce da tua boca,
Que poderia ter o sabor do anis,
Ou de qualquer outra doce erva.
É possível ainda sentir teu aroma
Que exala dos meus poros.
Ao passo em que o dia,
Quase quente,
Brinca com meus instintos
Me fazendo por vezes
Abandonar a lembrança
Da tua presença no anoitecer passado.
O presente interrompe,
Mesmo que momentaneamente,
Todo pensamento extasiante
Do teu corpo sobre o meu,
Pelo desejo oculto
De quem nunca por mim
Teve os lábios tocados.

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