sábado, 31 de dezembro de 2011


Poema do Adeus

Hoje vou chorar pela última vez
E quando o sol se despedir
Para a lua acordar
A primeira estrela virá
Acompanhada de muitas outras
Girando como em um carrossel,
Daí então, exorcizarei
Todos os meus fantasmas,
Não substituirei fantasmas velhos por novos,
Deixarei o passado no seu lugar de direito
E só o visitarei através das velhas fotos
Não mais com o desejo de ressuscitá-lo,
Mas com a simples intenção
De relembrar minha própria história
Porque o presente que é mera ilusão transitória
Separa o que realmente existiu
Daquilo que um dia virá.
Boa noite aos sonhos

Dou boa noite para a noite
Que sonolenta já dorme
E meus olhos cansados adormecem
Entre a fumaça e os sonhos
Nos delírios da madrugada
Repousam todos os sonhos,
Aqueles sonhados acordados
Repousam nos braços do breu
E antes de acordar, Morpheu,
Sauda a Luz da Manhã
E os sonhos despertos
Seguem o curso do horizonte
Que no infinito se confunde com o oceano
E o vento norte anuncia
A chuva lá fora,
Prenuncia em seu sopro quente 
A esperança,
Enquanto os sonhos dormem
Junto com as sombras da noite
Que também já dormem.
"As vezes o curso das águas toma tamanha proporção que não há tempo para transcrever os poemas, então a poesia se personifica e precisamos apenas vivê-la."