sábado, 18 de agosto de 2012

Teias e aranhas

Destino, caminho tecido,
Por aranhas em suas teias
Os fios se soltam ou se encaixam.

Era dia de festa na floresta
O Escorpião soltou seu ferrão
E não apareceu.

Pobre Centauro,
Que de pobre não tinha nada
Esbarrou com o Leão.

O Centauro conhecia o Leão
De outras festas
Em outras florestas.

Foram então dançar
E muitas outras vezes
Voltaram a se encontrar.

E a dança da luxúria
Os guiou numa longa viagem
Onde houveram mais virtudes que pecados.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Segredo ao pé do ouvido

Ela me contou 
Que ao pé do teu ouvido
Um segredo revelou
Mas foi apenas um
Entre os vários mistérios
Que se escondem 
Em seu labirinto libidinoso
Sim, eu sei o que ela te falou
Também sei,
O que não precisou falar
Bastava ter lido,
Enquanto sua boca úmida
Se aproximava daquele corpo quente
E a pele entre seus dentes
E suas mãos se alternavam
No silêncio de uma respiração agitada
E agora ela sente
Sua fenda como nascente
Prestes a inundar.
Imperfeição

Quero um amor
Um amor verdadeiro
Que apareça e permaneça
Que chegue e breve não desapareça.

Quero um amor imperfeito
Que perfeito pareça para meu olhar,
Que perfeito seja
Em sua própria imperfeição.

Quero um amor que penetre meu corpo
Mas não se contente com minha carne
E ao mesmo tempo a deseje cada vez mais.

Quero um amor que segure meus quadris com força
E meus seios com delicadeza,
Me beije com a fome da loucura.

Absorva meus fluidos
E no seu rastro encontre minha alma
Para que ela perdida,
Não se vá.